Distrito de Joaquim Egidio. Campinas. Estado de São Paulo.

Tuesday, October 24, 2006

O Juizo final.

Laura estava dentro do cristal em um vidro dum vitral, melhor dito, estava dentro da própria luz que o varava. A luz a forçava abaixar a cabeça à fugir os olhos da luz. Também assim a luz a cegava. Então cerrava os olhos. Ainda assim a luz a cegava. Quis responder a uma pergunta mas esta não foi feita. Tartamudeia e responde: sim sou a quê sou. Agora a luz parece mais leitosa, menos aguda, tépida. Como se estivesse dentro de um copo-de-leite cheio de leite que permitisse a ela levantar a cabeça e abrir os olhos, mas ela nada vê, senão que o leitoso branco dentro dos olhos sendo os próprios olhos lácteos. Não ouve perguntas. Ela não pensa em respostas. Nem mesmo o pensamento parece existir, apenas o leite por toda parte. parece não lembrar de nenhuma pergunta, mas ela responde lentamente: sim, também. Os séculos passam entre uma não-pergunta e outra. A luz se apaga lentamente. O branco abruma demoradamente. Já não há mais o branco, o gris... Não há. Imêmore. Completamente.

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